domingo, 1 de novembro de 2020

 

Gestão de Grupo: Como transformar em arma sem atirar no pé

 

Em um esporte coletivo é praticamente impossível se ter um bom trabalho sem a gestão eficiente do grupo, porém algumas muitas variáveis precisam ser levadas em consideração, a primeira e grande delas é o quanto o gestor do grupo pode interagir com suas peças sem transformar esta numa relação pessoal danosa ao seguimento do trabalho, porém, vamos falar antes da boa gestão, o que é saudável, o conceito de uma boa gestão de grupo consiste primordialmente em potencializar todas as peças dos recursos humanos dentro das suas características e converter de maneira equalizada todas as suas incapacidades em elementos de motivação fazendo do grupo um organismo vivo em constantes mutações e reposicionamentos orquestrados pelo gestor buscando um relação custo benefício de ativos e passivos.

Em esportes coletivos são cada vez mais frequentes estudos e observações sobre qual a melhor maneira de gerir um grupo, muito se faz atualmente por treinadores e gestores que elaboram sua própria case de gestão que muitas vezes tem -se alicerçadas metodologias de gestão que em sua grande maioria necessitam de uma costura quando se expõe algumas fragilidades em situações específicas. Estes por sua vez precisam fazer com que seu grupo cumpram de bom grado os objetivos pessoais do técnico e coletivos da equipe muitas vezes diminuindo uma possível evidência pessoal em prol da evidência coletiva, ai onde mora o perigo, até onde o grupo está disposto a negar o interesse pessoal em prol do coletivo? Qual o nível de interação que esse técnico precisa ter com este atleta para tal? Como não transformar essa interação pessoal em uma relação tóxica e fadada ao fracasso?

Todos esses fatores estão diretamente ligados a motivação que cada atleta dentro compõe a todo esse organismo, neste cada um compõe sua motivação e consequentemente criar um grupo competitivo e maduro.

Em 1954, o psicólogo americano Abraham Maslow publicou a sua “Teoria da hierarquia das necessidades”, identificando cinco níveis distintos de necessidades individuais: fisiológicas, de segurança e sociais (estas três consideradas como necessidades de ordem inferior) e, estima e autorrealização (estas duas consideradas como necessidades de ordem superior) (SCHERMERHORN, 1999). Maslow (1954) argumentou que as necessidades individuais existem em uma ordem hierárquica (necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades de pertencimento social, necessidade de autoestima e as necessidades de autorrealização) e que as necessidades não satisfeitas motivam o comportamento.

Segundo esta teoria, as necessidades de nível mais baixo (inferiores) devem ser satisfeitas antes, para que as necessidades de nível superior se tornem motivacionais. Por exemplo, as necessidades de nível inferior, como uma remuneração adequada para cuidar da família e condições seguras de trabalho têm de ser satisfeitas, antes que as necessidades de nível superior, tais como o desejo de pertencimento social ou o aumento da responsabilidade, se tornem motivacionais (SEILER et al, 2012).

Vieira (2011) e Robbins et al (2010) afirmam que a mais conhecida teoria sobre motivação é a hierarquia das necessidades, de Abraham Maslow. Para Campos e Porto (2010), pode-se considerar como um dos estudos mais emblemáticos e relevantes na história da pesquisa sobre os valores humanos a obra de Maslow (1954). Segundo Campos e Porto (2010), a contribuição de Maslow (1954) sobre valores é fruto de sua experiência com psicologia clínica, que tratou a motivação como sendo o condutor do homem na busca da satisfação de suas necessidades básicas, distribuídas numa pirâmide hierárquica, que conforme o momento de vida estaria sujeito a alterações. A teoria das necessidades de Maslow recebeu amplo reconhecimento, em especial por parte de gestores e consultores (ROBBINS et al, 2010).

 A Pirâmide das Necessidades Humanas, resume a Teoria de Maslow, estruturada em cinco níveis (Figura 01):


Cada atleta em formação tem suas necessidades elencadas e colocadas acima, partindo da base da pirâmide temos:

·       Necessidades Fisiológicas, para que sua formação seja vitalizada e possa acontecer da melhor maneira possível temos que garantir que todos os atletas tenham seus materiais de formação a sua disposição e que sua obtenção não seja difícil ou dificultada, como estruturas de treino compatível, local de descanso em períodos de treino, hidratação e material de consumo compatível com as boas práticas sanitárias e de higiene.

·       Necessidades De Segurança, para que o objetivo final seja concluído o clube precisa garantir que toda a segurança seja disponibilizada, esta por sua vez compostas por local apto para o desempenho da função, um cronograma claro de períodos de testes e os coeficientes que serão utilizados para sua avaliação quando este chega ao clube para pleitear uma vaga no grupo, após esta etapa quando já incluso na equipe precisa que a instituição dê a ele uma condição de análise funcional e equilibrada que o faça ter a seguridade que não será desmembrado do grupo por atuações ruins esporádicas.

·     Necessidades Sociais, são deste grupo as mais complexas, uma vez que para que seja concluída com êxito saudável a formação a interação social é fundamental, porém precisa ser dosada com cuidados levando em consideração que todos os seres humanos possuem introspectivamente dificuldades técnicas e emocionais que quase em sua totalidade estão interligadas, desta forma o treinador ou gestor precisa adentrar nestas particularidades, entende-las, transformá-las em gatilhos e após gerir as ativações ou não destes durante o seu regime de treinamento e jogos com objetivo de utilizar os ativos desses traumas em situações específicas, porém, ai mora um grande problema, sabemos que onde mora um ativo reside também um passivo, logo a interação exacerbada provoca sem dúvida nenhuma uma instalação dos passivos que consequentemente se transformam em motivos para a não obtenção dos resultados esperados, dessa forma o gestor precisa ser hábil para entender passivo mas não acomodá-los na sua gestão, dessa forma, utilizar do atleta “o bom para bem e o mal para bem” de seus traumas sociais, deixando esses aspectos negativos instalados apenas nos atletas e não na sua gestão, desta forma, potencializando sua equipe armando-os com seus traumas positivamente.

·     Necessidades De Estima, essencialmente o ser humano é imediatista quanto a sua autoestima, desta forma a o atleta por sua precisa de uma gestão desta de maneira eficiente e eficaz, desse modo, o treinador ou gestor precisa entender que o processo de formação está também atrelado a uma gestão de autoestima colocando nos práxis dos treinamentos metas diárias ou metas por demanda da qual o atleta precise atingir para que ele possa escalarmente crescer e dentro de seu subconsciente sentir-se crescendo dentro do seu processo formacional.

·    Necessidade De Autorrealização, como ápice da pirâmide temos a autorrealização, esse processo é fundamental para que sua formação seja concluída com êxito uma vez que para que seu atleta possa contemplar os “outputs” com êxito de todas as outras demandas abaixo é essencial que intrapessoalmente ele tenha o sentimento que seus objetivos estão sendo atingidos, nem que não totalmente porém que ele sinta que o processo de formação esteja andando e evoluindo e ele sendo treino após treino melhor que no treino anterior, uma ótima ferramenta para ilustrar esta etapa da necessidade é criar dentro da metodologia de treinamento um espécie de “estágio para o alto rendimento “ que são treinamentos simulados com tempo determinado para este, no qual naquele momento ele obterá um release do ambiente no qual ele está sendo formado para conviver.

Após gerir cada fase dessa adaptada pirâmide das necessidades de Maslow com atenção principalmente ao detalhes mais fragmentais não deixando seu acúmulo e antes de tudo criando um plano de ação de intervenção do modos operandi de cada elemento do seu grupo sem dúvida você obterá da sua gestão de pessoas uma arma sem que atire no pé.

 

quinta-feira, 4 de outubro de 2018




Formação de atletas em Alagoas, para quem?

Historicamente a formação de jogadores nas categorias de base do futebol de alagoas sempre foi controversa, jovens alagoanos mantém o sonho vivo em clubes com e sem representação profissional, porém essa formação de atletas parte do principio fundamental que é servir ao próprio futebol de alagoas? Cada clube possui em sua estrutura de pelo menos uma categoria que representa as cores deste nos campeonatos de base, porém no quesito formação muitas vezes não se trata de um anseio do clube utilizar prontamente aquele jogador que ironicamente é moldado para teoricamente vestir as cores do time profissional e trazer alegrias para o torcedor.
Contudo qual o perfil do atleta formado em alagoas? São perguntas bem convenientes e que após muita analise chegamos à conclusão que não existem respostas, muitos projetos de formação de atletas que alguns clubes fazem aparentam não ter nenhum objetivo específico e no retrospecto dificilmente um jogador formado nas categorias de base do clube acabam por sua vez servindo ao profissional, informação que é curiosa, haja vista que o principal objetivo de formar atletas e exatamente a sua utilização nas equipes principais, logicamente claro se o perfil e capacidade técnica do atleta forem convenientes ao modelo implantado pela gestão técnica da equipe, porém isso não acontece normalmente, jogadores tem sua iniciação no futebol em outro  estado, logo quando percebidos a sua capacidade são direcionados a clubes de estados próximos com maior estrutura e acabam sendo formados por eles, o que é mais incrível e que em muitas situações esse atletas voltam aos seus clubes comprados por um valor extremamente maior do que o clube gastaria se fizesse o investimento para formação desse atleta, porém o atleta acaba saindo do time sem nem antes estrear pelo mesmo, logo vemos a incoerência, Alagoas precisa antes de tudo valorizar seus jovens dando a eles boas perspectivas de crescimentos, porém precisamos cada vez mais incentivar a esses jovens antes de se destacarem em clubes fora do estado que eles também mantenham sua ligação com o clube de sua iniciação, ligação que vai além de recursos econômicos e sim até representativamente e emotivamente. É vital colocar seu clube formador na história do atleta para que o estado possa figurar de maneira positiva na agenda dos campeonatos nacionais e internacionais e consequentemente ser reconhecido como um estado formador e de fato responder a pergunta?
Formação de atletas em Alagoas, para quem?  
Para ALAGOAS!